O mês de maio não foi muito amigável para o universo das criptos e ativos. A quebra da stable coin (moeda atrelada ao dólar) $ UST agitou e desestabilizou o mercado de cripto, que foi muito atingido, e até hoje sofre com esse fato!
Para quem não é do mundo cripto, a LUNA e UST eram respectivamente a 8ª e 10ª criptos mais valorizadas do ranking mundial.
Há algumas semanas, a queda na valorização das moedas causou grandes emoções aos investidores. Para entender melhor o que aconteceu, é interessante ter em mente que a UST é uma criptomoeda conhecida como stable coins.
Nada mais, nada menos que moedas atreladas ao valor do Dólar Americano, ou seja uma stable coin (não importe qual) deve necessariamente ter uma paridade com o Dólar Americano. 1 UST era igual a 1 US$ Americano, hoje passados 10 dias 1 UST = 0,08 US$ Americano. Foram desintegrados em 48 horas; num primeiro momento mais de 50 Bilhões de dólares em ativos de cripto do ecossistema (Terra-LUNA e UST) e na sequência mais de 250 bilhões de dólares de todo mundo cripto.
As stable coins
Em síntese, as stable coins buscam a paridade com o dólar, sendo divididas entre centralizadas e descentralizadas. As conhecidas como centralizadas sustentam a equivalência através de empresas que são responsáveis pela emissão do cripto ativo na mesma proporção, ou seja, 1:1.
Em contrapartida, as moedas descentralizadas, tem como objetivo não depender de uma empresa centralizadora para manter a custódia. A relação de igualdade com o dólar, por exemplo, é obtida de outros cripto ativos.
Mas afinal, qual era a proposta da UST?
Em vista disto, temos a UST, uma stable coin que é pareada de forma descentralizada com o dólar através do Ecossistema Terra-Luna. Como assim?
Para emitir stable coins descentralizadas e garantir que 1 UST sempre valerá o equivalente a 1 dólar, independente das variações de mercado, o mecanismo encontrado pelo Protocolo Terra foi o contrato inteligente.
Isso significa que existe(ia) um algoritmo responsável por executar regras específicas pré definidas e o smart contract (algoritimo matemático que faz de forma automática a paridade) garante uma condição de arbitragem para quando houver um desbalanceamento de oferta/demanda.
O que aconteceu com a UST e por quê a quebra da UST e da LUNA?
Nesse contexto, quando o mecanismo de pegging (1 stable coin = 1 USD$) é quebrado, as forças de oferta e demanda que existem começam a movimentar os preços e, consequentemente, aparecem muitas oportunidades para especuladores.
Sabendo disso, conseguimos suspeitar que todo cenário de quebra da $UST foi gerado por investidores que adquiriram uma boa quantidade de UST e montaram uma posição short em Luna (pode-se alugar por horas LUNA e UST).
Em outras palavras, uma configuração que os levassem ao ganho quando o preço caísse.
Neste cenário de “preparações”, iniciou-se a venda em massa das UST’S acumuladas e isso ocasionou na perda da paridade com o dólar.
O algoritmo de PEG (1:1) iniciou a venda de LUNA para lastrear o UST. No entanto como a venda foi muito grande o algoritmo desvalorizou demais a LUNA, o que provocou uma corrida por vendas de LUNA.
Desvalorização e queda
Logo isso provocou mais desvalorização da LUNA e o algoritmo não conseguia velocidade do peg (UST = 1USD$).
Em horas, mais de 38 bilhões de Dólares em LUNA viraram pó. Com isso o UST perdeu sua paridade com o USD$ Americano. Hoje passados 10 dias do ocorrido a proporção é de 1 USD$ = 12 UST.
Com esse ataque, estima-se que os investidores por trás disso e da quebra da UST e LUNA tenham ganho aproximadamente 6 bilhões de dólares em cerca de 12 horas.
Detalhe: este foi o primeiro ataque especulativo no mundo das criptomoedas, com o objetivo claro de destruir uma cripto e teve êxito!
Muito triste, uma vez que o BITCOIN surgiu em 2009 depois da maior crise financeira mundial. Além disso, o fato de que agora estão repetindo no mundo cripto o que já ocorre no mundo real.
É a tecnologia imitando a vida!
O assunto é vasto e bastante polêmico, mas espero que eu tenha facilitado a compreensão deste fato.
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Foto: Freepik.